Organização e consciência<br>de classe
A célula dos ferroviários da Organização Regional de Lisboa é uma poderosa organização do Partido. Tem quadros experimentados, militantes combativos e goza de uma considerável influência junto dos trabalhadores do sector, o que, como é evidente, se reflecte nas organizações representativas dos trabalhadores e na sua capacidade para cimentar a unidade e dinamizar a luta. Aliás, não é preciso puxar muito pela memória para registar grandes acções de protesto e luta dos ferroviários, muitas das quais tornaram possível a defesa e reposição de direitos e rendimentos. Isto não é, de forma nenhuma, alheio ao papel determinante do PCP, à sua organização nas empresas e à sua coerente e permanente iniciativa em prol dos trabalhadores deste sector estratégico.
Esta forte a antiga ligação aos trabalhadores contribuiu decisivamente para o êxito da campanha nacional de fundos «Mais Espaço, Mais Festa. Futuro com Abril» na célula, pois, como conta um dos seus membros, José Reizinho, muitos ferroviários não comunistas contribuíram com agrado para ela. «Em muitas situações, foi até bastante fácil conseguir esses contributos», revelou. Os valores variaram, mas regra geral foram superiores ao esperado: «houve algumas surpresas», contou José Reizinho.
Se esta proximidade aos trabalhadores explica parte do sucesso da célula dos ferroviários no cumprimento dos objectivos da campanha de fundos, a dedicação dos seus membros e a planificação do trabalho fizeram o resto.
Organização e dedicação
A pouco mais de duas semanas do final da campanha, a célula dos ferroviários tem ao seu alcance a superação da meta a que se propôs: no momento em que falta ainda recolher os últimos compromissos, relativos ao mês de Abril, ela está já cumprida em 97 por cento. «Com os compromissos que faltam e alguns donativos suplementares, deveremos ultrapassar os objectivos», garante José Reizinho.
O «segredo» do êxito desta tarefa é precisamente o mesmo que explica o sucesso de qualquer outra: audácia, planificação, controlo de execução e, claro, muita consciência política e de classe. Só assim era possível levar a cabo esta audaciosa campanha, num momento marcado por muitas tarefas e exigentes combates e numa situação económica e social grave, marcada pelo acentuado empobrecimento dos trabalhadores e da generalidade das camadas populares.
Aquando do lançamento da campanha de fundos, em Outubro de 2014, a célula dos ferroviários definiu logo duas frentes de intervenção complementares: por um lado, definiu os compromissos regulares a serem assumidos pelos elementos mais activos e por alguns militantes com condições económicas mais desafogadas; por outro, decidiu contactar militantes com menos posses e amigos para perceber com quanto estariam dispostos a contribuir. No caso dos contributos regulares, valoriza José Reizinho, eles não só foram cumpridos escrupulosamente como alguns dos militantes ultrapassaram o valor com que se tinham comprometido. Também as doações esporádicas resultaram bem, acrescenta, pois «de 20 a 100 euros, houve de tudo.